Destaques Arquivo MPR #25
Há 650 anos, a 16 de junho de 1373, era acordado o Tratado de Londres, um documento basilar da Aliança Luso-Britânica, a mais longa aliança diplomática em vigor no mundo.
Este tratado de «paz, amizade e aliança» entre Eduardo III e D. Fernando I e D. Leonor, o primeiro entre o Rei de Inglaterra e os Reis de Portugal, encontra-se, hoje, à guarda dos Arquivos Nacionais britânicos.
Um ano antes, a 10 de julho de 1372, o Rei português e os representantes de João de Gante, duque de Lencastre e filho de Eduardo III, haviam já firmado o Tratado de Tagilde (freguesia de Vizela, Bragança), declarando apoio militar mútuo em eventuais guerras com Castela e Aragão.
A estes dois tratados, seguiu-se um terceiro, o Tratado de Windsor, em 1386, desta vez com D. João I e Ricardo II no trono, constituindo este trio de documentos os fundamentos jurídicos desta Aliança.
Para assinalar o sexto centenário do Tratado de Londres, o Duque de Edimburgo, Príncipe Filipe, visitou Portugal, entre os dias 5 e 8 de junho de 1973.
Recebido por Marcelo Caetano, presidente do Conselho de Ministros, no Aeroporto da Portela, seguiu depois para o Palácio de Belém, onde se encontrou com o Presidente Américo Tomás.
O programa completo desta visita real pode ser descoberto no documento do Arquivo dos Presidentes – MPR que agora partilhamos.
Hospedado no Palácio de Queluz, onde, em 1957, já tinha pernoitado com a Rainha Isabel II, o Príncipe Filipe visitou a Base Naval do Alfeite e a Lisnave, assistiu à inauguração de uma exposição e a um espetáculo equestre, almoçou com Marcelo Caetano no Palácio da Vila (Sintra) e passou breves horas em Guimarães.
No discurso proferido durante o banquete em sua honra que decorreu no Palácio da Ajuda, Américo Tomás afirmaria que «ambas as nações, tão diferentes nos seus costumes e no seu modo de ser, souberam durante muitos séculos manter-se ligadas por vínculos de íntima cooperação, contribuindo amplamente para o progresso da humanidade».
O Duque de Edimburgo foi, por esta ocasião, agraciado com o Grande-Colar da Ordem do Infante D. Henrique.
Apesar de em alguns momentos esta Aliança ter sido posta à prova, por exemplo, com o Ultimato britânico (1890), continua a ser o mais antigo testemunho de amizade oficial entre dois povos.