Francisco Higino Craveiro Lopes nasce em Lisboa a 12 de Abril de 1894. É filho de João Carlos Craveiro Lopes e de Júlia Clotilde Cristiano Craveiro Lopes. Em Dezembro de 1918 casa com Berta da Costa Ribeiro Artur em Lourenço Marques, de quem tem quatro filhos. Vítima de ataque cardíaco, morre em sua casa na Avenida Roma a 2 de Setembro de 1964 e vai a enterrar no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.
Percurso profissional
Em 1915 é promovido a Alferes de cavalaria e mobilizado para as campanhas militares em Moçambique. Dois anos depois é o director da Divisão de Instrução da Escola Militar da Aeronáutica e no final da década de 30, após exercer cargos na administração colonial na Índia, regressa a Portugal e comanda a Base Aérea de Tancos. Em 1943 frequenta o curso de Altos Comandos e lecciona no Instituto de Altos Estudos Militares. Posteriormente é a vez de comandar a Base Aérea nº 4 na Ilha Terceira e a Base Aérea das Lajes, nos Açores. Depois da eleição de Américo Tomás, é promovido a Marechal.
Percurso político
É sobretudo na década de 30 que começa por envolver-se na política, ocupando vários cargos na administração da Índia portuguesa. Em 1944, regressado a Portugal, é nomeado Comandante-geral da Legião Portuguesa e no ano seguinte eleito deputado à Assembleia Nacional pelo distrito de Coimbra. Ao abandonar a Presidência da República torna-se crítico do regime, participando no “Golpe da Sé” e na “Abrilada” de 1961. Das suas últimas intervenções políticas destaca-se o seu prefácio ao opúsculo de Manuel José Homem de Mello, Portugal o Ultramar e o Futuro, de 1963, no qual luta por uma “solução verdadeiramente nacional” que promova a “livre discussão”.
Mandato presidencial
Com a morte de Óscar Carmona coloca-se pela primeira vez ao regime salazarista o problema da escolha de um candidato presidencial. A oposição avança com os nomes de Manuel Carlos Quintão Meireles e de Ruy Luís Gomes, mas é Craveiro Lopes que sai vencedor, sendo investido a 9 de Agosto de 1951. Os crescentes contactos com sectores da oposição ao regime acabam por conduzi-lo ao seu afastamento nas eleições presidenciais de 1958, cumprindo apenas um mandato.