Últimas aquisições MPR #05

O entusiasmo republicano e o desejo de o mostrar publicamente encheram o quotidiano das suas imagens e símbolos. No caso da moda masculina, surgiram, por exemplo, alfinetes de gravata e botões de punho, como este par, em prata e prata dourada, que o Museu da Presidência da República adquiriu para a sua coleção.

Produzidos na oficina de ourives de José Inácio Ferreira Pinto, natural do Porto, mas estabelecido em Lisboa por volta de 1900, os botões de punho — com corrente e travinca — representam a República talvez na sua imagem mais conhecida entre os portugueses: o busto de uma mulher com um barrete (ou gorro) na cabeça, símbolo da liberdade, usado pelos habitantes da antiga Frígia, hoje parte da Turquia, e recuperado com a Revolução Francesa.

José Inácio Ferreira Pinto tinha 28 anos em 1907, ano em que se casou com Laura Teixeira. Morava na rua Bela da Rainha, atual rua da Prata, e era «oficial de ourives», como regista o assento do casamento, realizado na igreja de São Nicolau, em Lisboa. Manuel Inácio Ferreira Pinto, «gravador de ourives», certamente irmão, foi uma das testemunhas e, provavelmente, quem terá continuado a arte, pois José Inácio morreu muito cedo, em 1915.

O par de botões de punho foi adquirido a um neto que afirmou ter sido do uso pessoal do seu avô, ourives e republicano.

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Botões de punho em prata com a imagem da República. Verso dos botões de punho com a figura da República.