Últimas aquisições MPR #14

Uma edição de postais seria sempre uma boa maneira de levar a mensagem — o 2.º aniversário da jovem República — aos quatros cantos de Portugal e, porque não, do mundo, para aqueles que se correspondiam com gente além-fronteiras.

Nesta edição, a frente do postal apresenta uma imagem de vitória, de festa, mas também de luta, de conquista, e cheia de significados.

Ao centro, a figura maior de todo o desenho: uma República-mulher sobredimensionada que expõe um corpo jovem, vigoroso, erotizado, numa quase nudez total, segurando a nova Bandeira Nacional, igualmente de grandes dimensões, e um ramo de oliveira — a paz. Numa escala muito menor, como se fossem avistados pela lente de um periscópio, observam-se dois navios fundeados no Tejo, provavelmente a representação dos cruzadores Adamastor e D. Carlos I que, com os seus marinheiros, tinham sido essenciais na vitória republicana dois anos antes.

Nos cantos do bilhete postal, os combates de Vinhais e Chaves, terras transmontanas que, no decurso do ano anterior e comprometendo o 1.º aniversário da República, tiveram de combater revoltas monárquicas. A avenida Defensores de Chaves, em Lisboa, recorda e homenageia esses republicanos vitoriosos.

Mas porque o momento é de festa — dois anos de um Portugal republicano —, gente de todas as idades e condições sai à rua, enfeitada com festões, bandeirolas e balões, onde não faltam mesas de comes e bebes.

Multimédia

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Bilhete postal comemorativo do 2.º aniversário da República, com representação feminina da República. Verso do bilhete postal comemorativo do 2.º aniversário da República. Reportagem da revista Illustração Portugueza dedicada ao 2.º aniversário da República — retrato do Presidente da República eleito, Manuel de Arriaga.
Illustração Portugueza, n.º 347, 14.out.1912, p. 481. Reportagem da revista Illustração Portugueza dedicada ao 2.º aniversário da República. As festas realizaram-se por todo o país. Em Lisboa, por exemplo, houve uma largada de pombos, o descerramento de uma lápide, em Campo de Ourique, um cortejo cívico, entre outras atividades, acima de tudo, muitas pessoas na rua, com espírito festivo.
Illustração Portugueza, n.º 347, 14.out.1912, p. 483.