Ditadura Militar e Estado Novo (1926-1974)

Manuel Gomes da Costa foi Presidente durante poucas semanas, no conturbado período da Ditadura Militar. Permaneceu na Cidadela apenas um dia, na condição de detido, antes de partir para o exílio, nos Açores.

Com a eleição de Óscar Carmona, em março de 1928, o Presidente da República passou a dispor de uma residência oficial, desaparecendo a obrigatoriedade do arrendamento. A tomada de posse ocorreu em abril, e logo em maio iniciaram-se os preparativos para receber o Presidente, que se mudou, com a família, em julho seguinte. Maria Inês Carmona, mais tarde a conhecida pintora Menez, viveu com os avós na Cidadela.

Durante dezassete anos consecutivos o Palácio da Cidadela de Cascais foi a residência oficial do Presidente da República. Nesse período, fizeram-se vários melhoramentos, destacando-se o fecho da varanda, sobre a bateria, obra a cargo do ministério das obras públicas, encabeçado por Duarte Pacheco. A decoração e o recheio da casa foram renovados; tornou-se mais confortável, acabando o vaivém, até aí constante, de transporte de peças dos palácios de Belém e de Sintra.

O aniversário de Óscar Carmona, a 24 de novembro, era sempre comemorado na Cidadela. Nesse dia o Presidente era visitado por grupos de crianças ou elementos da Mocidade Portuguesa, assim como pelo Presidente do Conselho, Oliveira Salazar, uma presença frequente para o despacho semanal. Entre os visitantes mais famosos recebidos na Cidadela, destacam-se os filhos de Mussolini, em 1929, integrados num destacamento da Juventude Fascista Italiana, e o príncipe Takamatsu, irmão do Imperador do Japão, em 1930. Óscar Carmona permaneceu na Cidadela até cerca de 1945. A humidade da beira-mar obrigou-o a mudar, por indicação médica, para a sua casa particular, no Lumiar.

Francisco Craveiro Lopes tomou posse como Presidente da República em 9 de agosto de 1951, tendo seguido para o Palácio da Cidadela de Cascais nesse próprio dia. Com a família, aqui viveu o primeiro ano do mandato. Por vontade sua, o Palácio de Belém tornou-se a residência oficial, tendo sofrido grandes obras de reabilitação. Razões de funcionalidade e conforto levaram à transformação – na Cidadela – de aposentos da ala das Rainhas, surgindo uma nova cozinha e sala de jantar contígua.

Craveiro Lopes mudou-se em 1952 para Belém, mas continuou a passar os meses de verão em Cascais; o Palácio da Cidadela de Cascais passou a designar-se Residência de Verão de Sua Excelência o Senhor Presidente da República.

O Presidente Américo Tomás, empossado em 1958, usou o Palácio da Cidadela de Cascais apenas em situações pontuais, como aconteceu em agosto de 1961, para um almoço que ofereceu ao núncio apostólico e ao embaixador de Espanha. Tinha casa sua em Cascais.

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O Presidente da República, Manuel Gomes da Costa (2.º a contar da esquerda), no Palácio da Cidadela de Cascais, com os seus ajudantes de campo, (da esquerda para a direita) o capitão Herculano Moura, o tenente Pinto Correia e o capitão Azinhais Mendes, antes de partir para o exílio nos Açores depois do golpe militar chefiado por Óscar Carmona. O Presidente da República, Óscar Carmona, com os membros do Governo que lhe foram apresentar cumprimentos pelo aniversário. Da esquerda para a direita: capitão Fernando Santos Costa, Rebelo de Andrade, João da Costa Leite, Rafael Duque, Teotónio Pereira, Carneiro Pacheco, Manuel Rodrigues, António de Oliveira Salazar, general Óscar Carmona, comandante Ortins de Bettencourt, major Joaquim Abrantes e Vieira Machado. O Presidente da República, Óscar Carmona, posando encostado a um tremó. O Presidente da República Craveiro Lopes e a mulher, Berta Craveiro Lopes, com os netos. Visita do príncipe do Japão a Portugal, durante a sua viagem de núpcias à Europa. O Presidente da República Óscar Carmona, em primeiro plano, de uniforme militar, recebeu o príncipe Nobuhito Takamatsudo, ao seu lado direito, no Palácio da Cidadela de Cascais. O Presidente da República Óscar Carmona, em segundo plano, com um ramo de flores oferecido por um grupo de crianças da Mocidade Portuguesa, no dia do seu aniversário; à frente, à direita, a mulher do Chefe do Estado, Maria do Carmo Carmona.