Columbano, retratista de Presidentes

Para assinalar o nascimento do pintor Columbano Bordalo Pinheiro (21 de novembro de 1857), destacamos um documento disponibilizado pelo Arquivo do Museu da Presidência da República. Trata-se de um convite, datado de 13 de maio de 1911, no qual Columbano dirige a Teófilo Braga um pedido para que visite o seu atelier, na Academia das Belas Artes, onde então se encontravam expostos alguns dos seus trabalhos mais recentes.

À data, Teófilo Braga exercia o cargo de Presidente do Governo Provisório, função que desempenhou até 24 de agosto de 1911. Posteriormente, em 28 de maio de 1915, foi, na sessão do Congresso de 29 de maio de 1915, eleito Presidente da República face à demissão de Manuel de Arriaga, permanecendo no cargo até 5 de outubro desse mesmo ano.

Columbano Bordalo Pinheiro (1857–1929) é reconhecido como um dos mais importantes pintores portugueses do final do século XIX e início do XX. Desde a década de 1880, era considerado o principal retratista da intelectualidade portuguesa, representando escritores, poetas, figuras do teatro e personalidades políticas. A partir de 1914, acumulou, ainda, funções de grande notoriedade institucional: diretor do Museu Nacional de Arte Contemporânea e professor de Pintura de História na Academia Nacional de Belas Artes.

O seu prestígio artístico, aliado à vasta experiência em retratos oficiais e ao seu estilo sóbrio e psicológico (adequado ao ideal republicano), justificou a escolha de Columbano para pintar o retrato oficial de Teófilo Braga, hoje integrado na Galeria dos Retratos do Museu da Presidência da República.

* O documento original integra o acervo da Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada.

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Convite de Columbano Bordalo Pinheiro enviado ao chefe do Governo Provisório, Teófilo Braga, para a inauguração de uma exposição na Academia Nacional de Belas Artes. Retrato oficial do Presidente da República, Teófilo Braga. Pintado por Columbano, é um retrato psicológico de um homem profundamente só. Na mão esquerda segura uma obra sua: «Cancioneiro e Romanceiro Cancioneiro colligidos da Tradição Oral por Theophilo Braga na era de 1867». Auto-retrato inacabado de Columbano Bordalo Pinheiro.